Quinto mais comum no Brasil, câncer de boca é tema de capacitação em Cuiabá

17 de junho de 2019

Quinto mais comum no Brasil, câncer de boca é tema de capacitação em Cuiabá

Quinto mais comum no Brasil, câncer de boca é tema de capacitação em Cuiabá

O câncer bucal é o quinto de maior incidência no Brasil entre os homens. A estimativa, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que no biênio 2018-2019, 14.700 novos casos sejam diagnosticados, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Em Mato Grosso, a estimativa do Inca, é que 150 homens e 40 mulheres – considerando-se as taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes – tenham a doença em 2019.

Conforme a cirurgiã-dentista, Dra. Diurianne Caroline Campos França, doutora em Ciência Odontológica com concentração em Saúde Bucal da Criança, membro do Núcleo Técnico Científico do Telessaúde, ligado à Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), estes dados colocam o câncer de boca como um problema de saúde pública. “A doença mata mais de 5 mil pessoas por ano e o nosso país tem a terceira maior incidência mundial, ficando atrás apenas da Índia e da antiga Tchecoslováquia”, pontua.

Sabendo deste contexto e focando sempre na capacitação dos profissionais em Mato Grosso, o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MT), a Coordenadoria de Saúde Bucal da SMS Cuiabá e o Telessaúde realizaram no dias 12 e 13 de junho um curso aos profissionais das  equipes de saúde bucal, da estratégia de saúde da família de Cuiabá, sobre a prevenção e diagnóstico precoce das doenças bucais, com ênfase no câncer de boca.

Conforme Diurianne Caroline Campos França, responsável pela capacitação, o diagnóstico do câncer de boca geralmente acontece tardiamente, já em estágio avançado. Além disso, a mortalidade da doença está em torno de 50%. “Ele aparece geralmente como uma ferida, caroço ou mancha em qualquer região da boca, que quando diagnosticado em fase inicial, tem cura”, destaca.

Exatamente pelo alto índice de morbidade e mortalidade – cerca de 40% dos pacientes morrem e 25% apresentam metástase à distância – é que capacitações como estas são fundamentais. “Sabemos que há uma grande possibilidade de diminuição destes índices através da identificação precoce. Os esforços do sistema de saúde em relação a esse problema devem se concentrar na capacitação dos profissionais de saúde, mas também na educação do público, informando-o quanto aos fatores de risco, sinais e sintomas de alerta, bem como sobre a realização do autoexame bucal”, completa a palestrante.

No total, estiveram presentes nestes dois dias de capacitação, realizada no auditório do CRO-MT, cerca de 38 profissionais.

O câncer bucal

O Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT) alerta que tabaco, álcool, exposição solar, HPV, má higiene bucal e alimentação são fatores externos frequentemente associados ao câncer bucal. Dentre os fatores internos estão a genética, desnutrição, imunossupressão, idade e sexo.

A enfermidade tem comportamento agressivo e o tratamento é mutilante, além de ser excludente socialmente. A prevenção, tanto por meio do autoexame bucal como exames em consultórios, é fundamental. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevenção pode ajudar a reduzir a incidência de câncer em até 25% até 2025.

O Ministério da Saúde identifica abaixo os principais sinais/sintomas que devem ser observados:

 

  • lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
  • manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha);
  • nódulos (caroços) no pescoço;
  • rouquidão persistente;
  • dificuldade de mastigação e de engolir;
  • dificuldade na fala;
  • sensação de que há algo preso na garganta.

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